quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

"Religião": Elixir de fazer as pessoas se acharem as donas da verdade?

Hoje, trabalhando como qualquer outro dia, acontece algo um tanto incomum, as funcionárias da empresa em que eu estive trabalhando hoje me ofereceram uma carona para um shopping, já que elas iriam almoçar em algum lugar do mesmo e eu também.

Até então tudo estava tranquilo, trocando um papo furado no veículo de uma delas enquanto as duas conversavam, sabe, aquela clássica história de as mulheres falarem praticamente tudo e o homem só concordar ou rir ou ficar escutando... Enfim, até então tudo perfeitamente normal.

Então uma das funcionárias, que não estava dirigindo, comenta sobre filhos e essas coisas e como estão difíceis as coisas para educar um filho ou mais nesse mundo cheio de 'complicações' e 'custos elevados'... Como se ter filhos dependesse desses fatores e não de querer ter o(s) filhos, coisa que é o que eu acredito que é a prioridade e não se vai me custar caro ou se terei complicações. Se esses dois fossem a real razão eu nunca teria um filho, já que filhos são caros e cheio de complicações mesmo, oras...

Continuando, ela comentou sobre um jovem que era adolescente e que criticava ela e a turma dela por eles participarem de um grupo jovem da igreja... E como deles só há um adolescente que participa, que é um garoto de uns 14 anos que sempre é 'convidado' (ao menos ela falou que é convidado, pode ser empurrado, intimado, como vamos saber o que de fato é?) e participa do grupo, e a/ou adolescente falou que o grupo não devia ser chamado de jovem já que só há um jovem presente.

Então ela comenta 'É difícil hoje criarmos um filho sem que ele passe a se comportar dessa maneira, é difícil formar uma criança pra que cresça e tenha a cabeça que eu e você temos por exemplo' ela falou pra outra que também é religiosa...

Eu fiquei pensando comigo mesmo, escutando esse desenrolar da conversa: Eu concordo que no patamar que a Sociedade está hoje, com as mudanças, recursos e ferramentas que o Sistema proporciona hoje é muito mais difícil criar um filho, torná-la uma pessoa inteligente, intelectual, espiritualizada, uma pessoa consciente do que está acontecendo a sua volta e de maneira global. Não micro, mas macro, e faze-la não ficar alimentando certezas, sempre questionar o que sabe e evoluindo seus saberes... É assim que uma pessoa deveria ser.
Mas eu discordo do que elas, em especial o que a moça falou, de que é por que demonstrou uma crítica sobre a fé dela e de seus amigos e que as crianças devem ser educadas para irem a igreja, a meca, templos, simplesmente acreditar em Deus ou seja lá o que for, o problema todo, no meu ponto de vista, é que nós caímos no erro de ter filhos por deixarmos a sociedade dizer qual é o nosso momento de querer ter filhos, se é quando estamos casados, estáveis e enriquecendo, se é quando estamos nos sentindo envelhecer e não ter ainda 'deixado minha semente' e em momento algum nos importamos com o querer educar um filho.

Eu conheço pessoas que têm filhos, trabalham o dia inteiro, o filho fica na escola e depois atoa o restante do tempo. Algumas delas trabalham o dia inteiro, até as 20, as vezes até as 23horas e infelizmente não dão conta de partilhar nenhum momento com seus filhos, apenas em finais de semana... Infelizmente acredito que ela devia era dormir uma da manhã ou algo do genêro... Não conversou com seus filhos, tirou satisfação sobre os deveres escolares ou simplesmente deitaram-se juntos para ver um filme ou conversar besteira. Grande parte das vezes esses jovens deveriam mais ser declarados filhos dos empregados da casa do que dos seus verdadeiros pais, já que são pessoas mais velhas que eles se relacionam mais do que com os proprios pais.

Daí eu fiquei pensando no seguinte: Hoje há muitos, muitos casos de adolescentes de classe A e B fazendo atrocidades por aí, estupros em boates, espancando homossexual, mendigos, participar de pancadarias em boates, dirigir embriagado... Pensei mais um pouco e constatei que são pessoas que cresceram órfãns mas não materialmente, e sim espiritualmente. Os pais dessas pessoas provavelmente trabalhavam muito para manter e progredir com o padrão de vida, então eles passavam pouco tempo com os filhos, e quando passavam usavam de metodos superficiais, como ir ao shopping, assistir filmes juntos, ir a praia... E esqueciam de ter um vinculo espiritual, no sentido de alimentá-los com idéias, criatividade, conhecimentos, Princípios, Deveres e Direitos.

Enfim, pensei muito, falei absolutamente nada, um discurso tão bem entoado que se eu confrontasse com tais argumentos iria ser taxado de ateu daqueles que é contra a religião e essas coisas e isso iria prejudicar os negócios.

Mas valeu a pena ter ao menos abstraído algo tão exagerado e imparcial...

domingo, 9 de janeiro de 2011

2011: Já sabe o que quer para o ano que acaba de começar?

Olá, quanto tempo! Estive de férias de final de Dezembro até essa semana, foi muito proveitosa!

Realmente precisava descansar e me desconectar de tudo... A única lamentação foi ter me desligado também da minha garota, mas sei que ela ficou muito feliz com a família dela nas festividades, assim como eu fiquei com meus parentes.

Eu estive em Porto Seguro, depois no interior de Minas Gerais e depois em Vitória/ES... E fui lendo aos poucos três livros do Osho e pensando bastante em algumas coisas.

Em meio a essa viagem, encontrei alguns amigos em Vitória, dos quais não via já a alguns anos, além de parentes, claro..

Um desses amigos me trouxe a uma reflexão muito interessante: O Quanto ele demonstra mais felicidade e liberdade do que eu.

Eu cresci muito nesse ano de 2010... Eu me estabilizei em um emprego bacana, consegui manter o estilo de vida anterior aos acréscimos de renda que tive nesse tal emprego... Mas constatei-me de um detalhe interessante que até então eu já havia sentido, notado... Mas não encarado da maneira que encarei nesse encontro com meu amigo.

Ele - peço desculpas a ele primeiramente - mas ele é nada demais, apenas um estudante, que cursa faculdade, não trabalha... Enfim, resumindo friamente, ele é um vagabundo, desculpas novamente pelo termo... Mas eu nunca havia me deparado com um estudante que simplesmente quer é sair do eixo que a Sociedade impõe às pessoas.

Ele não tem renda, apenas estuda e tem pequenas ambições de comprar guitarra, beber cerveja barata ou algo correlato enquanto eu, por outro lado, trabalho igual um jumento no cio bastante, pago a mensalidade de um carro que só adquiri pra desfrutar certos lazeres e realizar certas necessidades (compra em supermercado, ir a praia, locomoção) que sem veículo próprio em Florianópolis é uma porcaria completa, arco com a minha pós-graduação EaD, contribuo para a casa quando necessário... E travo uma luta constante contra o consumismo para frear o estilo de vida.

Mas o principal disso tudo é muito simples e pontual: O meu amigo estudante que não trabalha está muito mais feliz que eu... Mas entendam do ponto de vista que eu quero propor aqui: O Estudante ou qualquer pessoa sem vínculos firmes com o Sistema é muito mais feliz que a pessoa que está completamente mergulhada nele.

O que eu quero dizer pessoal, mais claramente, é que: O Estudante, o Investidor, o Mendigo, Os Músicos sem impacto na mídia que trabalham cantando nos bares, os malabaristas de sinais de transito, em geral, ponderando suas dificuldades e seus riscos cotidianos, são mais felizes que a massa produtiva no Sistema.

Lembrando que Buda viveu como mendigo, Lao Tzu também, Chuang Tzu igualmente... Investidores são mais fáceis de imaginar, trabalham na bolsa de valores alguns minutos diários, o trabalho de maior relevância é ler jornais e algumas análises globais... O músico que trabalha enquanto se diverte, o mesmo para os malabaristas de cruzamento.
Eu penso que todas as pessoas contêm uma essência brilhante e especial, creio que muitos filósofos mais científicos como Sócrates e Friedrich Nietzsche também acreditavam nisso, já os mais espirituosos eu não preciso citar (Lao Tzu, Chuang Tzu, Gautama Buda) já que eu utilizo a meditação e eu sei que eles acreditavam também, já que utilizaram desse caminho (com muito mais competência que eu).

Mas de que adianta você, eu e os demais termos essências brilhantes, especiais, talvez até únicas, se nós nos deixamos ser conduzidos para a escuridão do Sistema, Sociedade ou como prefere chamar?

Eu demorei a perceber o que quero para 2011, havia passado o dia 31 de Dezembro e o dia 01 de Janeiro sem saber o que desejar para 2011, mas depois do encontro com esse meu amigo e essa constatação evidente eu já decidi o que quero para mim: Criar condições para tirar o corpo do Sistema de maneira mais acelerada que originalmente pensado por mim. Afinal de contas é melhor somente os dois braços em contato com o Sistema do que ter o corpo inteiro.

De qualquer modo gostei de ter chegado a conclusão do que quero para 2011 além de manter o que consegui em 2010, é melhor demorar a querer algo do que começar o ano já querendo coisas erradas.

Abraços e Feliz 2011! Que suas ambições tornem-se realidade (desde que ferre com ninguém, claro).