segunda-feira, 18 de abril de 2011

Câncer: Não são só os tumores físicos que podem matá-lo.


Câncer: Essa é uma das doenças da atualidade. Hoje podemos não conhecer pessoas que sofreram de cirrose, sofreram de enfarte ou de alcoolismo, mas certamente conhecemos alguém que sofreu ou sofre com câncer.

Há uma variedade enorme de câncer no ser humano, há câncer na tireóide, câncer no fígado, pâncreas, faringe... Mas uma coisa que não prestamos atenção é que há também outro câncer... Um câncer que não é mortal... Mas pode destruir a sua vida.

Ele surge quando você se vê sozinho, mas não é uma solidão física, mas espiritual. Quando você percebe que as pessoas a sua volta não estão vendo o mesmo que você, ou se estão vendo, não enxergam o que estão vendo da mesma maneira que você. Quando as pessoas – e quando digo as pessoas quero dizer todas – são ignorantes e deixam de perceber o que você vê e o reprovam socialmente quando você tenta expurgar esse tumor maligno que está consumindo-o.

Quando quero dizer que ele não é mortal, quero dizer que ele não mata apenas por si mesmo... Esse câncer faz a pessoa morrer com o passar do tempo, não porque ele realmente cria um tumor igual os físicos, mas porque ele faz a pessoa se sentir mal em estar só... Há reportagens que dizem que a solidão pode ser tão prejudicial quando o tabagismo ou o alcoolismo (fonte1). Eu sinceramente não acredito que a solidão possa ser tão prejudicial, eu, por exemplo, adoro estar só... Eu adoro escutar o silencio, eu adoro passar um dia inteiro sem ter falado ao menos 30 palavras durante o dia inteiro, quer dizer, 30 palavras é muito... E não é por estar de ressaca, não, se fosse eu gostaria de só falar 5 ou 10.

Eu venho pensando a respeito disso, não por eu me sentir diferente em relação a solidão, mas por conhecer outras pessoas que sentem-se ótimas... Essas pessoas que conheço costumam não se importar com o que a sociedade quer e expõe seu ponto de vista independente do ambiente.

Contudo, ontem, eu assisti a um vídeo muito interessante de um carioca, acredito eu, soltando o verbo e esculachando com certos preceitos que a sociedade gosta de pregar como verdade... E isso abriu minha visão para o que eu acredito ser a verdade, assistam:


Percebam que no exato 2:15 do vídeo, o rapaz que desabafa para o câmera foi bem simples, contudo, ilustra exatamente o que eu quero dizer, ele fala: “Obrigado hein amigo, você me... Você me curou de um câncer agora”.

Pode ser apenas impressão minha e de alguns amigos específicos que eu tenho, mas concordamos com o fato de a sociedade brasileira estar vivendo em um imenso oceano de narcisismo... Pode estar uma merda, uma porcaria, algo de deixar qualquer sangue de barata muito puto com o ambiente em que vivemos, que as pessoas fingem não se importar, fingem estar tudo bem e, pior, quando alguém diz a verdade sobre o que está acontecendo, ela é reprovada socialmente, fazem piada, ou simplesmente a afastam dos demais e no final das contas essa pessoa, sem ninguém com quem desabafar, se isola e, se bobear, cai naquele risco acima dito sobre a solidão ser tão prejudicial quanto o tabagismo ou o alcoolismo.

Se você, igual ao rapaz do vídeo, está sendo consumido por esse câncer, amigo, simplesmente abra a boca e exponha sua opinião das coisas, falem mesmo que isso cause uma discussão de três horas para defender seus argumentos, não seja preguiçoso de silenciar-se ou um arrogante de querer ser o dono da razão, ambas atitudes alimentam um câncer que o fará se isolar ou a fazer coisa pior.

Eu gosto do silencio, de poucas palavras, contudo, eu exponho minha visão das coisas quando tenho a oportunidade, mesmo que isso me cause problemas... Não existe um bom silencio quando se está com a mente poluída de pensamentos não ditos e frases não faladas, isso só causará em você uma ressonância que nunca cessará, e se não o matar pela solidão, isso certamente irá envenenar você e quem estiver a sua volta e irá levá-lo para um caminho mais solitário ainda.

Nem todos contam com a sorte de aparecer um rapaz com a câmera perguntando o que você acha de algo que você está doido para comentar...

Abraços

terça-feira, 12 de abril de 2011

A Biografia de um grande homem: Um dos melhores presentes que se pode ter.



Nove de Abril, dia que realizo meus aniversários, e dessa vez recebi um presente inesperado... Algo realmente interessante.

Esse ano não está sendo fácil como o ano anterior... Infelizmente as coisas que desejei no ano novo, eu não consegui nem de perto, nem manter a estabilidade do ano passado, nem em desenvolver um rendimento independente do meu salário como consultor.

Contudo, mesmo com essas dificuldades, com planejamento, consegui ir ao show do Iron Maiden 2011 em Curitiba... Um presente que me dei de aniversário... Fui com minha gata e foi espetacular... Uma coisa que aprendi é que não adianta conquistar as coisas se você não pode comemorá-las ao melhor estilo que pode sustentar. Não precisa ser algo épico ou extraordinário, mas algo que você realmente considere especial.

Voltando ao assunto: Minha mãe e meu padrasto resolveram me presentear com um livro, era a autobiografia do Osho, escrito após a sua morte, eles sabiam que eu já vinha lendo livros de sua autoria e então resolveram me presentear com esse livro que tenta chegar mais próximo de sua biografia verdadeira.

O livro foi escrito com base de suas dezenas de palestras, entrevistas, dentre outras coisas... Tudo isso porque ele fez questão de dificultar a edição e comercialização de um livro da biografia dele enquanto vivo. Pois ele considerava incorreto fazer esse tipo de coisa... Segundo outros livros dele, até compreendo isso: Ele não queria estar entre alguém e Deus, igual fazem com Jesus, com Maomé e até com Buda, esse ultimo que tanto lutou para que não fizessem isso com ele...

Eu ainda não o concluí, sequer passei da página 30... Eu comecei a devorar esse livro com ferocidade, comecei a ler e a me interessar cada vez mais, mas na mesma proporção em que lia com tamanha vontade, eu logo entrei em choque com sua infância e com seus pensamentos...

Para começar ele foi uma criança que viveu completamente analfabeto até seus 9 anos. Sua infância foi vivida entre três idosos, seus avós por parte de mãe e o servo de seu avô.

Embora seu avô quisesse chamar alguém que tivesse concluído o ensino básico (até a quarta série) para ensina-lo ao menos o idioma e matemática... Sua avó não permitia.


Apesar de ter sido uma criança que aprontava, Osho era uma criança solitária, ele não se relacionava socialmente com outras crianças, ele simplesmente gostava de ficar só e isso cativou seus avós, em especial a sua avó. Ela impedia que seu esposo ensinasse ao seu neto conhecimentos pois eles como avós tinham esse conhecimento, mas nada adiantou para eles: Eles continuaram pessoas vazias por dentro, e isso ela não queria que Osho desenvolvesse... Desenvolvesse o vazio em essência.

E como ele ficou até seus 9 anos sem saber de ciência alguma.. Sem erudição alguma, ele acabou aprendendo as coisas tardiamente: O que ele considerou uma benção, o motivo? Simples: Sem doutrinação ou erudição ele pôde viver... Você sabe o que é isso?

E mesmo começando tardiamente os estudos, Osho se formou em filosofia e possuiu Mestrado.

O que me deixou mais interessado foi na atitude de sua avó: Ela percebeu o prazer com que seu neto sentia em ficar sozinho, na dele... Famoso ‘de boa’.

Outra observação que achei interessante foi que seus avós nunca o doutrinaram... Nunca quiseram pagar uma de Dono da Verdade, resumindo. No livro consta o trecho que diz “É tão humano forçar uma criança indefesa a seguir nossas crenças; mas ele permaneceu sem nem mesmo tentar. Sim, eu chamo isso de ‘a grande tentação’. No momento em que vocês vêem alguém sob a sua dependência vocês começam a doutrinação”.

Certo dia ele questionou a sua avó sobre o que ela acredita como religião... O que seria, o que deveria responder.. Ela lhe respondeu a verdade: Que não possui religião, mas acredita em um mantra jainista que ela achava muito interessante... (E o mantra não refere-se a visão espiritual de Deus, apenas cita o auto-conhecimento como pessoa e que se curva àqueles que conhecem a si mesmo) Ela não respondeu coisas viajantes que vemos hoje em dia: Ela não respondeu que acredita em Deus, que acredita em Alá... Como uma pessoa arrisca doutrinar uma criança a acreditar em algo que nem mesmo ela tem a certeza factível de que esses seres existem? Apesar de se acreditar nisso, é uma mentira assumir que eles existam somente com base de nossa especulação de que exista.

Aí veio o trecho conclusivo de algo tão banal que é doutrinar as crianças:
Agora posso dizer que aquela mulher era realmente grandiosa, porque, quando o assunto envolve religião, todas as pessoas mentem. Cristãos, judeus, jainistas, muçulmanos – todos estão mentindo. Todos falam de Deus, do céu e do inferno, de anjos e de todos tipo de disparates, sem conhecer absolutamente nenhuma dessas coisas. Ela era grandiosa, não porque conhecesse, mas porque era incapaz de mentir para uma criança:
Ninguém deve mentir – e para uma criança, mentir é, no mínimo, imperdoável. As crianças tem sido exploradas através dos séculos apenas porque são propensas a confiar. Vocês podem mentir muito facilmente e elas confiarão em vocês. Se vocês são o pai ou a mãe delas, inevitavelmente elas pensarão que vocês estão falando a verdade. É por isso que a humanidade vive na corrupção, na desonestidade, na lama das mentiras contadas para as crianças durante séculos. Se conseguirmos fazer uma única e simples coisa – não mentir para as crianças e confessar a elas a nossa ignorância -, então elas serão religiosas e nós as estaremos colocando no caminho da religião. As crianças são só inocência; não lhes deixem como legado o pretenso conhecimento que vocês tem. Mas primeiro vocês mesmos precisam ser inocentes, honestos, verdadeiros.

Depois de ler esse trecho, reli todo o assunto que se referia esse trecho...Acho que umas cinco vezes e cheguei a uma conclusão: Ainda bem que eu não tenho filhos. Eu iria me arrepender se tivesse tido filhos, eles já tivessem me perguntado umonte de coisas e em alguma delas eu ter seguido a voz da experiência de pessoas que tiveram filhos e que as vi educando seus filhos, tios, pais de colegas, meus pais também... Não que eu fosse mentir no quesito religião, isso nunca... Eu partilho de que elas, apesar de causar um placebo muito bom nas pessoas, o placebo não deixa de ser mentira... Mas eu me refiro como um todo.

Mentir protege a pessoa de encarar as verdades, quando fazemos isso eu acredito que transformamos a verdade em ameaça, por que transformamos a pessoa inocente em uma ignorante (afinal, ela acreditará em quem está lhe respondendo e irá tomar aquilo como verdade sem ter tentado desvendar por si mesmo caso não tenhamos a verdadeira resposta) e aí quando cair a ficha a pessoa, que não será mais criança, será um adolescente, ou adulto... Ou criança mesmo! Acaba desenvolvendo algo viajante para se proteger daquela ameaça, entende o que eu quero dizer?

Isso também fez eu retomar uma idéia que tive enquanto estudava o ensino médio, para o caso de ter filhos: Não colocá-los em uma escola, ou só o básico mesmo e depois pagar supletivo e professor particular pra ele poder viver mais. Mas esse é outro assunto...

Agradeço a minha mãe e ao meu padrasto pelo livro... Não li as outras 300 e tantas paginas do livro, mas só essas 30 já contribuíram para algo que acredito que me enriqueceu bastante.

Abraços.